Frankenstein: Filme de Guillermo del Toro Vence Prêmio em Toronto e Entra de Vez na Corrida Pelo Oscar
O monstro de Guillermo del Toro está vivo, e ele já está caçando estatuetas. Em um dos mais fortes indicativos de seu poder na temporada de premiações, Frankenstein, a aguardadíssima obra-prima gótica do diretor mexicano, conquistou o segundo lugar no prestigiado prêmio People’s Choice Award (Prêmio do Público) no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF). Este não é um prêmio de consolação; é um dos mais poderosos e precisos termômetros para a corrida pelo Oscar de Melhor Filme, e a vitória de Frankenstein o cimenta oficialmente como um dos principais favoritos do ano.
O Festival de Toronto é conhecido por ser a plataforma de lançamento não oficial para muitos dos futuros vencedores do Oscar. Diferente de Cannes ou Veneza, que são julgados por um júri seleto, o principal prêmio do TIFF é decidido pelo voto do público que assiste aos filmes. Historicamente, os filmes que vencem ou ficam em segundo lugar neste prêmio quase sempre garantem uma indicação a Melhor Filme, e frequentemente saem com a estatueta dourada. Filmes como Green Book, Nomadland, O Discurso do Rei e Quem Quer Ser um Milionário? venceram o prêmio principal em Toronto antes de levarem o Oscar.
A vitória de Frankenstein como o primeiro vice-campeão (first runner-up) o coloca em uma companhia de elite e sinaliza que o filme não é apenas uma obra de arte aclamada pela crítica, mas também uma obra que ressoou profundamente com o público em um nível emocional. Para um filme de monstro, sombrio e filosófico, conquistar o coração dos espectadores dessa maneira é um feito extraordinário e a prova da genialidade de del Toro em encontrar a humanidade no grotesco.

A Tragédia Gótica que Conquistou o Público
As reações que saíram de Toronto confirmam o que as exibições-teste já indicavam: a versão de del Toro é uma adaptação devastadora e fiel ao espírito do romance de Mary Shelley. As críticas elogiam o filme como uma obra visualmente deslumbrante, uma meditação poética sobre criação, abandono e a natureza da monstruosidade. O filme não se apoia no terror fácil, mas na tragédia da existência da Criatura e na arrogância culpada de seu criador.
As performances de Oscar Isaac como o Dr. Victor Frankenstein e, especialmente, de Jacob Elordi como a Criatura, continuam a ser os pontos mais elogiados. A interpretação de Elordi, em particular, está sendo descrita como “transformadora” e “de partir o coração”. Ele entrega uma Criatura que é articulada, inteligente e desesperada por conexão, tornando sua jornada de rejeição e solidão ainda mais dolorosa. A aclamação em Toronto praticamente garante que Elordi será um forte concorrente na categoria de Melhor Ator Coadjuvante.

O sucesso com o público em Toronto é crucial porque mostra que, apesar de seu tema sombrio e sua estética gótica, o filme tem um apelo universal. Guillermo del Toro conseguiu criar uma história que, embora ambientada em um passado distante e com elementos fantásticos, fala diretamente às nossas emoções mais básicas: o medo da solidão, o desejo de ser amado e a busca por um lugar no mundo.
O Caminho Para o Oscar
Com o prêmio do TIFF no bolso, a campanha de Frankenstein para o Oscar ganha um impulso imenso. A Netflix, distribuidora do filme, agora tem a validação de um dos festivais mais importantes do mundo para promover o longa. Podemos esperar que o filme seja um forte concorrente em múltiplas categorias, incluindo:
- Melhor Filme: A vitória em Toronto o coloca diretamente na conversa.
- Melhor Diretor: Guillermo del Toro já tem dois Oscars e é um dos diretores mais respeitados da atualidade.
- Melhor Ator Coadjuvante: Para Jacob Elordi.
- Melhor Roteiro Adaptado: Pela fidelidade e profundidade da adaptação.
- Categorias Técnicas: Como Melhor Design de Produção, Fotografia, Figurino e Maquiagem, áreas em que os filmes de del Toro sempre se destacam.
A jornada de Frankenstein está apenas começando, mas os sinais são inegáveis. Guillermo del Toro não criou apenas mais um filme de monstro; ele criou uma obra de arte com alma, uma tragédia que fez o público de um dos maiores festivais de cinema do mundo se apaixonar por uma criatura feita de partes de homens mortos. A corrida pelo Oscar ficou muito mais interessante, e o monstro de del Toro está faminto por ouro.
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