Gal Gadot: Polêmica com Israel Causou Fracasso de “Branca de Neve”?
A atriz Gal Gadot, conhecida mundialmente por seu papel como Mulher-Maravilha, quebrou o silêncio sobre o desempenho decepcionante do live-action “Branca de Neve” da Disney, no qual ela interpreta a Rainha Má. Em uma declaração surpreendente, Gadot sugeriu que o fracasso do filme nas bilheterias não se deveu a problemas com a produção ou com a história, mas sim a uma reação negativa do público ligada à sua nacionalidade israelense e ao conflito em curso no Oriente Médio.
O filme, que já vinha sendo alvo de debates por suas mudanças em relação à animação clássica, enfrentou uma jornada conturbada até seu lançamento. A declaração de Gadot adiciona uma nova e complexa camada à discussão sobre os motivos que levaram um dos projetos mais aguardados da Disney a se tornar uma das maiores decepções financeiras do ano.

A Declaração de Gal Gadot
Em uma entrevista recente, ao ser questionada sobre o resultado de “Branca de Neve”, Gal Gadot foi direta em sua análise. “Acredito que o filme em si é lindo e que todos fizeram um trabalho incrível”, disse a atriz. “No entanto, não podemos ignorar o contexto em que ele foi lançado. Houve um movimento organizado e muito barulhento para boicotar o filme por minha causa, por eu ser uma mulher israelense. É triste ver a arte sendo politizada dessa forma”.
A atriz, que serviu nas Forças de Defesa de Israel (IDF) e é abertamente pró-Israel, tem sido uma figura polarizadora. Sua presença no filme, segundo ela, teria sido o principal catalisador para campanhas de boicote nas redes sociais, que pediam ao público para não assistir ao filme como forma de protesto contra as ações de Israel no conflito com a Palestina.

As Outras Controvérsias de “Branca de Neve”
Embora a perspectiva de Gal Gadot seja um fator importante, é impossível analisar o fracasso de “Branca de Neve” sem considerar as outras inúmeras controvérsias que cercaram a produção desde o seu anúncio. O filme foi alvo de críticas por diversas frentes, muito antes de qualquer boicote relacionado à atriz.
Uma das primeiras polêmicas surgiu com a escalação de Rachel Zegler, uma atriz de ascendência colombiana, para o papel principal. Críticos conservadores acusaram a Disney de promover uma agenda “woke” ao não escalar uma atriz de pele “branca como a neve”, conforme descrito no conto de fadas original.
Além disso, a própria Zegler gerou controvérsia com declarações em que criticava a história original, afirmando que a nova versão não seria sobre uma princesa esperando ser salva por um príncipe, mas sobre uma mulher forte se tornando uma líder. Essas falas foram vistas por parte do público como um desrespeito à animação clássica de 1937.
Outro ponto de atrito foi a decisão de substituir os sete anões por “criaturas mágicas” de diferentes tamanhos e etnias, após críticas do ator Peter Dinklage, que chamou a história original de “retrógrada”. Essa mudança foi amplamente ridicularizada e vista como uma tentativa desajeitada da Disney de ser politicamente correta.
O Fator da Qualidade e a “Fadiga de Live-Actions”
Além das polêmicas, muitos analistas e espectadores que assistiram ao filme apontaram problemas na qualidade da produção em si. O roteiro foi considerado fraco, as novas músicas foram vistas como esquecíveis e a direção de Marc Webb foi criticada por não conseguir capturar a magia do original.
Soma-se a isso um sentimento crescente de “fadiga de live-actions” por parte do público. Nos últimos anos, a Disney lançou uma enxurrada de remakes de suas animações clássicas, e muitos deles foram recebidos com indiferença ou críticas negativas por sua falta de criatividade e por serem vistos como meros caça-níqueis. “Branca de Neve” pode ter sido simplesmente a gota d’água para um público cansado da fórmula.
Conclusão: Uma Tempestade Perfeita
A declaração de Gal Gadot lança luz sobre um aspecto real e complexo do cenário cultural atual, onde a identidade e as posições políticas de um artista podem, de fato, influenciar a recepção de seu trabalho. A campanha de boicote certamente teve algum impacto.
No entanto, atribuir o fracasso de “Branca de Neve” exclusivamente a esse fator seria simplificar demais uma situação multifacetada. O filme foi o epicentro de uma “tempestade perfeita” de problemas: controvérsias de elenco, um marketing desastrado, críticas à história, a percepção de uma agenda política forçada e, por fim, uma qualidade questionável. A polêmica envolvendo Gal Gadot foi mais um elemento em uma longa lista de razões que levaram o público a rejeitar o filme.
Veja também Nicholas Hoult: Por que ele pode ser o melhor Lex Luthor do cinema?
1 comentário