The Sims: Filme Live-Action se Inspirará em “Barbie” Para Contar Sua História

Como adaptar um videogame que não tem história? Essa é a pergunta de um milhão de dólares que paira sobre a aguardada adaptação live-action de The Sims. A resposta, ao que tudo indica, será tão criativa e meta quanto os filmes que redefiniram o que é possível fazer com uma propriedade intelectual sem narrativa linear. A equipe por trás do projeto confirmou que o filme se inspirará diretamente nos sucessos de Barbie e Uma Aventura LEGO, sinalizando que não teremos uma história convencional, mas sim uma exploração inteligente e bem-humorada sobre o próprio ato de jogar e existir.

A notícia de que a LuckyChap Entertainment, a produtora de Margot Robbie que nos trouxe Barbie, estava desenvolvendo o filme de The Sims já era um forte indicativo da direção que o projeto tomaria. Agora, com a confirmação de que a diretora Kate Herron (Loki) e a roteirista Briony Redman estão usando esses dois filmes como bússola criativa, as peças do quebra-cabeça começam a se encaixar. Eles não estão tentando criar uma trama dentro do jogo; eles estão planejando fazer um filme sobre o jogo.

A Fórmula “Barbie” e “LEGO”: Quebrando a Quarta Parede

A genialidade de Barbie, de Greta Gerwig, e Uma Aventura LEGO, de Phil Lord e Christopher Miller, foi a de abraçar a natureza de seus materiais de origem. LEGO não era sobre os personagens dos kits, mas sobre a criatividade de quem os monta. Barbie não era apenas sobre a boneca, mas sobre as ideias e os conflitos que ela representa no mundo real. Ambos os filmes usaram a metalinguagem para explorar temas profundos – conformidade vs. individualidade, o patriarcado, a crise existencial – de uma forma divertida e acessível.

É exatamente essa abordagem que o filme de The Sims pretende seguir. Em vez de focar em uma família Sim aleatória e suas desventuras, o filme provavelmente explorará a própria natureza da simulação. Podemos esperar uma história onde os Sims, os personagens do jogo, começam a perceber que suas vidas são controladas por uma força externa e invisível: o jogador.

Essa premissa abre um leque de possibilidades fascinantes e hilárias:

• A Crise Existencial de um Sim: Imagine um Sim que começa a questionar por que ele de repente decide pintar por oito horas seguidas, ou por que a escada da piscina desaparece misteriosamente. Essa jornada de autoconsciência pode ser o motor da trama, levando o protagonista a uma busca pela verdade sobre sua realidade.
• O “Jogador” como Personagem: O filme pode introduzir o “jogador” do mundo real como um personagem, talvez mostrando a interação entre o mundo simulado e o nosso. Isso permitiria explorar os diferentes tipos de jogadores: o arquiteto meticuloso, o contador de histórias, o jogador caótico que só quer causar incêndios.
• Sátira Social: The Sims é, em sua essência, uma sátira da vida suburbana e do consumismo. O filme tem um potencial imenso para satirizar nossas próprias vidas, nossas rotinas, nossas ambições e a forma como tentamos “otimizar” nossa felicidade, assim como fazemos no jogo.

A Equipe Criativa Perfeita Para o Desafio

A escolha de Kate Herron para a direção é inspirada. Em Loki, ela demonstrou uma habilidade incrível para lidar com conceitos complexos de multiverso e livre-arbítrio, tudo isso enquanto mantinha um foco profundo nos personagens e em suas jornadas emocionais. Ela sabe como equilibrar o bizarro com o humano, uma habilidade essencial para um filme como The Sims.

Com a produção de Margot Robbie e sua equipe, que provaram com Barbie que sabem como transformar uma propriedade aparentemente “difícil” em um fenômeno cultural e de bilheteria, o projeto está em mãos extremamente competentes. Eles não têm medo de correr riscos, de serem estranhos e de confiarem na inteligência do público.

A adaptação de The Sims é um dos desafios mais interessantes de Hollywood. Sem uma história pré-definida, o filme é uma tela em branco, uma oportunidade para criar algo verdadeiramente original. Ao seguir os passos de Barbie e Uma Aventura LEGO, a equipe está sinalizando que entende a chave para o sucesso: não é sobre adaptar a história, é sobre adaptar a experiência. E a experiência de jogar The Sims – o controle, o caos, a criação e a crise existencial de uma pequena pessoa digital – é um material incrivelmente rico para o cinema.

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