Wicked: Parte 2 é Comparado a “O Poderoso Chefão: Parte II” em Reações Explosivas
No mundo do cinema, existem elogios e existem elogios. E depois, existe um patamar de comparação tão sagrado, tão reverenciado, que usá-lo é quase uma blasfêmia, a menos que seja absolutamente merecido.
Filmes como O Império Contra-Ataca, O Cavaleiro das Trevas e, talvez o mais intocável de todos, O Poderoso Chefão: Parte II, habitam esse olimpo. São as sequências que não apenas igualaram, mas superaram seus predecessores já clássicos, aprofundando temas, expandindo o mundo e solidificando seu lugar na história.

Por isso, quando as primeiras reações de exibições-teste de Wicked: Parte Dois começaram a surgir, e a comparação com a obra-prima de Francis Ford Coppola foi feita, o mundo do entretenimento parou para prestar atenção. A notícia, que se espalhou como fogo em palha seca, é de uma magnitude sísmica. Comparar um musical de fantasia sobre bruxas a um dos maiores dramas de crime da história do cinema não é algo feito levianamente.

É uma declaração. É a sugestão de que Wicked: Parte Dois não é apenas uma conclusão satisfatória para a história iniciada na Parte Um; é uma obra de arte superior, uma sequência que eleva, aprofunda e redefine tudo o que veio antes.
Para um filme que já carregava o peso de expectativas monumentais, essa comparação lança a antecipação em uma órbita completamente nova. Não estamos mais apenas esperando por um grande musical; estamos, aparentemente, esperando por uma obra-prima.

Vamos dissecar o que essa comparação audaciosa realmente significa e por que Wicked: Parte Dois pode estar se preparando para ser muito mais do que apenas um blockbuster.
A Anatomia de uma Comparação Lendária: Por que “O Poderoso Chefão: Parte II”?
Para entender o peso dessa comparação, precisamos lembrar o que torna O Poderoso Chefão: Parte II tão reverenciado.
- A Estrutura de Duas Linhas Temporais: O filme de Coppola é famoso por sua estrutura narrativa dupla, que intercala a ascensão de um jovem Vito Corleone (Robert De Niro) na Nova York do início do século XX com a consolidação do poder e a queda moral de seu filho, Michael Corleone (Al Pacino), nos anos 50. Uma história é sobre a construção de um império; a outra é sobre a alma sendo corroída por ele.
- Aprofundamento Temático: A Parte II não apenas continua a história; ela a aprofunda. Explora temas de família, poder, imigração, corrupção e a inevitabilidade da tragédia de uma forma ainda mais sombria e complexa que o primeiro filme. A jornada de Michael é uma descida ao inferno, uma solidão gélida que contrasta com o calor comunitário da ascensão de seu pai.
- Superando o Original: É o raro caso de uma sequência que é universalmente considerada tão boa, se não melhor, que o original. Ganhou o Oscar de Melhor Filme, algo que pouquíssimas sequências conseguiram.
Quando os primeiros espectadores comparam Wicked: Parte Dois a este filme, eles não estão dizendo que Elphaba é uma chefe da máfia. Eles estão usando uma linguagem cinematográfica para descrever a estrutura, a profundidade e a qualidade do que viram.
“Wicked: Parte Dois” como a Sombra da Parte Um
Aplicando a lógica da comparação, podemos inferir como Wicked: Parte Dois pode estar estruturado.
- A Ascensão de Glinda e a Queda de Elphaba: Se Wicked: Parte Um é sobre a formação de uma amizade improvável e o início da ascensão de Elphaba como uma figura de rebelião, a Parte Dois será, inevitavelmente, sobre a separação final e a descida de Elphaba à sua persona pública de “Bruxa Má do Oeste”. Ao mesmo tempo, veremos a ascensão de Glinda ao status de “A Boa”, uma figura pública amada que paga um preço pessoal terrível por esse poder. Temos a estrutura de duas jornadas paralelas e contrastantes, assim como Vito e Michael. Glinda constrói sua imagem pública enquanto Elphaba se retira para as sombras, ambas perdendo um pedaço de si mesmas no processo.
- Um Tom Mais Sombrio e Mais Trágico: A comparação sugere que a Parte Dois será significativamente mais sombria. A Parte Um, embora com seus momentos de escuridão, ainda é sobre a juventude, a esperança e a descoberta. A Parte Dois será sobre as consequências. Será sobre a guerra, a propaganda, a perda e o sacrifício. Assim como Michael Corleone termina a Parte II completamente sozinho, tendo destruído tudo o que amava para proteger seu poder, podemos esperar que Elphaba e Glinda terminem em lugares de profunda solidão e arrependimento. A promessa é de uma tragédia operística.
- Complexidade Moral e Política:O Poderoso Chefão é, em sua essência, um filme político. Wicked também é. A história é uma alegoria sobre propaganda, preconceito, abuso de poder e como a história é escrita pelos vencedores. A Parte Dois mergulhará de cabeça nesses temas. Veremos como o Mágico de Oz manipula a opinião pública para transformar Elphaba em um monstro, e como Glinda é forçada a se tornar cúmplice dessa mentira para manter a paz e sua posição. A comparação com o filme de Coppola sugere que esses temas serão tratados com uma seriedade e uma complexidade raramente vistas em um blockbuster de fantasia.
O Que as Primeiras Reações Estão Realmente Dizendo
Além da comparação principal, as reações vazadas apontam para elementos específicos que justificam esse elogio.

- Performances de Oscar: As atuações de Cynthia Erivo (Elphaba) e Ariana Grande (Glinda) estão sendo descritas como transcendentes. A comparação com De Niro e Pacino, ambos no auge de suas carreiras na Parte II, sugere que Erivo e Grande não estão apenas cantando bem; elas estão entregando performances dramáticas complexas e de partir o coração. A jornada de suas personagens da amizade à rivalidade e ao arrependimento é o coração do filme, e parece que ambas as atrizes entregaram o trabalho de suas vidas.
- Uma Direção Magistral: Jon M. Chu, conhecido por seus musicais vibrantes e visualmente espetaculares, parece ter elevado seu jogo a um novo patamar. A comparação com Coppola sugere uma direção que não é apenas estilosa, mas profundamente significativa. Cada enquadramento, cada movimento de câmera, serve à história e à emoção. A promessa é de um filme que é, ao mesmo tempo, um espetáculo visual e uma obra de arte dramática.
- Um Roteiro Impecável: Para sustentar essa comparação, o roteiro precisa ser excepcional. Isso significa que a adaptação do segundo ato do musical foi feita de forma a criar uma narrativa coesa, emocionalmente ressonante e tematicamente rica. A forma como a história de Elphaba e Glinda se entrelaça com a chegada de Dorothy e os eventos de O Mágico de Oz deve ser tratada com uma inteligência e uma elegância que justificam a longa duração e a divisão em duas partes.
O Impacto na Temporada de Premiações e o Legado do Filme
Essa comparação muda completamente a conversa em torno de Wicked.
- De Blockbuster a Favorito ao Oscar: O filme deixa de ser apenas um candidato a categorias técnicas (Figurino, Design de Produção, Efeitos Visuais) e entra com força total nas principais categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e, claro, Melhor Atriz para Cynthia Erivo e Melhor Atriz Coadjuvante para Ariana Grande. A narrativa de “a sequência que superou o original” é extremamente poderosa com os votantes da Academia.
- Redefinindo o Gênero Musical: Se as comparações se confirmarem, Wicked: Parte Dois pode fazer pelo gênero musical o que O Cavaleiro das Trevas fez pelos filmes de super-heróis: provar que ele pode ser levado a sério como uma forma de arte dramática de alto nível. Pode abrir portas para mais musicais ambiciosos e tematicamente complexos no futuro.
- Solidificando um Fenômeno:Wicked já é um fenômeno cultural no teatro. Se a Parte Dois cumprir essa promessa extraordinária, a adaptação cinematográfica não será apenas um sucesso; será um marco. Será o tipo de filme que as pessoas revisitarão por décadas, dissecando suas camadas e se maravilhando com sua ambição.
É importante manter um grão de ceticismo. Reações de exibições-teste podem ser hiperbólicas. No entanto, a especificidade e a audácia da comparação com O Poderoso Chefão: Parte II são difíceis de ignorar. Não é uma comparação que se faça levianamente. Ela sugere que Jon M. Chu e sua equipe não fizeram apenas uma sequência. Eles criaram a segunda metade de uma obra-prima, uma parte que é mais sombria, mais inteligente e mais emocionalmente devastadora que a primeira.

A promessa não é mais apenas de um grande musical. A promessa é de um grande cinema. A jornada para Oz está chegando ao seu clímax, e parece que ela nos levará a um lugar que nunca esperamos: o panteão dos maiores filmes já feitos. A espera por Wicked: Parte Dois acaba de se tornar insuportável, e a expectativa, ilimitada.
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