Wandinha: 2ª Temporada Abandona Triângulo Amoroso e Acerta em Cheio ao Focar no Terror

A primeira temporada de Wandinha foi um fenômeno inegável. A série catapultou Jenna Ortega ao estrelato global e quebrou recordes de audiência para a Netflix, mas não sem uma boa dose de debate. Muitos fãs sentiram que o foco excessivo em um triângulo amoroso adolescente diluía a essência da personagem. A grande pergunta para a segunda temporada era: a série ouviria as críticas? A resposta, felizmente, é um sonoro “sim”. A segunda temporada de Wandinha retorna mais sombria, mais focada e, o mais importante, muito mais fiel ao espírito macabro de sua protagonista.

Ao deixar de lado as idas e vindas românticas com Tyler e Xavier, a série libera Jenna Ortega para fazer o que faz de melhor: encarnar a genialidade gótica e o humor ácido de Wandinha Addams. A decisão, que segundo a própria Ortega foi uma de suas principais exigências para retornar, prova ser o maior acerto da nova temporada. A trama agora mergulha de cabeça nos elementos de mistério e terror, transformando a Escola Nunca Mais em um palco para uma conspiração muito mais antiga e sinistra.

Mais Família Addams, Mais Terror Gótico

Um dos maiores trunfos da segunda temporada é a expansão do universo da Família Addams. Se antes eles eram apenas participações especiais, agora Morticia (Catherine Zeta-Jones), Gomez (Luis Guzmán) e, principalmente, Feioso (Isaac Ordonez) têm papéis muito mais integrais na trama. A dinâmica familiar, sempre um ponto alto, é explorada com mais profundidade, revelando segredos do passado dos Addams que se conectam diretamente ao mistério principal que Wandinha investiga.

Essa mudança permite que a série abrace de vez o terror gótico. As novas ameaças são menos “monstro da semana” e mais focadas em horror psicológico, maldições familiares e sociedades secretas. A direção de arte e a fotografia acompanham essa evolução, apresentando cenários mais sombrios e uma atmosfera genuinamente assustadora. A série não tem medo de ser mais violenta e perturbadora, alinhando-se perfeitamente com a sensibilidade de sua protagonista, que, claro, está adorando cada momento do novo caos.

Jenna Ortega: Agora, Produtora e Dona da Personagem

A evolução da série reflete diretamente o maior envolvimento de Jenna Ortega nos bastidores. Agora creditada também como produtora, a atriz teve uma voz ativa nas decisões criativas, garantindo que a jornada de Wandinha permanecesse fiel a quem ela é. O resultado é uma personagem ainda mais complexa e fascinante.

Sem a distração do romance, vemos uma Wandinha mais investigativa, mais cerebral e, paradoxalmente, mais vulnerável em suas amizades, especialmente com Enid (Emma Myers). A amizade das duas continua sendo o coração da série, e agora, livre das amarras de um triângulo amoroso, essa relação ganha ainda mais espaço para se desenvolver de forma orgânica e significativa. Wandinha ainda despreza abraços, mas sua lealdade (à sua maneira peculiar) a seus amigos se torna um pilar central da narrativa.

Uma Evolução Necessária e Bem-sucedida

A segunda temporada de Wandinha é a prova de que uma série pode, e deve, ouvir seu público e sua estrela. Ao cortar o que não funcionava e dobrar a aposta em seus pontos fortes — o carisma de Ortega, o terror gótico e a rica mitologia da Família Addams —, a produção entrega uma continuação que não apenas satisfaz, mas supera as expectativas.

É uma temporada mais madura, mais ousada e infinitamente mais interessante. Ao permitir que Wandinha seja Wandinha, em toda a sua glória sombria e misantrópica, a série encontra sua verdadeira identidade e se consolida como uma das joias da coroa da Netflix. A espera valeu a pena.

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